São Paulo – Na trilha das marcas brasileiras de calçados que abriram lojas em países árabes para facilitar a inserção na região, a gaúcha Bibi também vê o Golfo como alvo potencial para franquias exclusivas dos seus produtos.
A presidente da empresa, Andrea Kohlrausch, diz que a região apresenta aderência para o modelo de negócio da Bibi, que, além de produzir e vender calçados e órios infantis para o varejo multimarcas do Brasil e de outros 60 países, também inclui o franqueamento de pontos de vendas a empreendedores.
“A gente vê que o Oriente Médio, depois que concluirmos a missão de expansão de varejo, é um mercado que tem aderência para franquias e licenciamento de marcas. É um alvo que a gente enxerga para o futuro”, afirmou a executiva à ANBA, durante sua participação na feira calçadista BFShow, na cidade de São Paulo.
A decisão da Bibi, de expandir a atuação da indústria para o varejo, ocorreu em 2008 com o lançamento do projeto de franquias. De lá para cá, já foram 130 lojas abertas principalmente em shoppings de grandes e médias cidades brasileiras, que perfazem o que a empresa chama de a maior rede de varejo de calçados infantis do país.
As franquias, no entanto, são importantes também na estratégia de internacionalização. Além das lojas brasileiras, a marca já tem outras 21 franquias estabelecidas no Equador, Peru, Guatemala e Chile. Neste último, também opera uma plataforma de e-commerce.
“A meta é chegar a 100 [lojas na América Latina]. O modelo não é só [o licenciamento da] marca, mas o ‘omni’, que inclui tecnologias embarcadas para integrar o varejo online e físico. A gente acredita que esse modelo também tenha potencial nos países árabes”, disse.
Bibi em cinco países árabes
Enquanto avalia implantar franquias em países árabes, a Bibi segue posicionada na região via exportação. Hoje os produtos da marca são comercializados no Líbano, Egito, Emirados Árabes, Omã e Arábia Saudita.
A presidente da empresa reconhece que a pandemia atrapalhou os negócios nos países árabes, ao interromper a participação da Bibi nas feiras calçadistas europeias frequentadas rotineiramente por varejistas desses países.
Na região, a estratégia da Bibi prioriza o relacionamento diretamente com o varejo em detrimento dos distribuidores. O entendimento é que a negociação sem intermediários pode gerar melhores margens e embarques de volumes maiores.
Para o Mostafawi Group
Mas, mesmo com a pandemia atrapalhando, a marca segue no Golfo com histórico de qualidade. Tanto que o Mostafawi Group, que opera diversas lojas de fast fashion nos Emirados Árabes Unidos e estava na BFShow, procurou a Bibi para uma nova parceria. Leia sobre o assunto aqui.
Segundo Kohlrausch, a Bibi e o Mostafawi Group estão negociando desde o ano ado a inserção de uma seleção de produtos da calçadista gaúcha numa loja de departamentos que o grupo emirático pretende abrir em Dubai até março de 2025.
“Já temos uma seleção [de produtos] e estamos trabalhando para que tudo se confirme em negócios. Quando eles [Mostafawi Group] inaugurarem a loja, esperamos também ter a venda ali também de produtos Bibi”, afirmou a executiva.
A seleção inclui produtos curinga, com histórico de boas vendas em mercados estrangeiros, como os tênis “roller”, equipados com rolamentos, e calçados com as chamadas palmilhas fisioflex, que prometem a experiência, segundo Andrea, do “andar descalço”.
A empresa também preparou uma seleção de calçados para bebês, com tecnologia que facilita o aprendizado do andar para o projeto do Mostafawi Group.
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