São Paulo – A realização de uma missão comercial, um seminário e de uma feira com foco em produtos brasileiros foram alguns dos temas discutidos na visita que executivos da Câmara de Comércio Árabe Brasileira realizaram a Omã no final de fevereiro. O secretário-geral e vice-presidente de Relações Internacionais da Câmara Árabe, Mohamad Mourad, se reuniu com o vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Omã, Rashid Al-Musalhi, em um encontro em que as duas instituições combinaram em fortalecer sua parceria por meio da realização de eventos conjuntos.
Do encontro também participou o diretor do escritório da Câmara Árabe em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Rafael Solimeo. A agenda em Mascate, a capital do país do Golfo, teve o apoio da embaixada do Brasil em Omã. Os executivos da Câmara Árabe foram recebidos, na embaixada, pelo ministro-conselheiro Milton Coutinho, e pela gerente de desenvolvimento de negócios, Helaine Galerani.
Em decorrência desta reunião, a Câmara de Omã irá selecionar empresários locais para acompanharem, no Brasil, o Global Halal Brazil Business Forum, evento sobre produtos halal, feitos de acordo com as regras do Islã, e que tem a Câmara Árabe como uma das organizadoras. O fórum será em outubro deste ano. Além da comitiva, Rashid afirmou que irá sugerir uma pessoa para palestrar no evento.
Rashid, que é integrante do Conselho Árabe da Câmara Árabe, Mourad e Solimeo também discutiram a realização, em novembro deste ano, de uma missão de empresários brasileiros a Omã e a organização de um seminário no país intitulado “Why Brazil?”, sobre oportunidades de negócios com o Brasil. Também se tratou da realização, em setembro, da feira de produtos brasileiros “Made in Brazil”.
Laços econômicos com Omã
Tais medidas são parte dos esforços para ampliar o comércio entre os dois países, ainda concentrado em poucos produtos. Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,2 bilhão a Omã, um aumento sobre o US$ 1,19 bilhão de 2023. Importou, em 2024, US$ 800,5 milhões, também com aumento sobre os US$ 675,2 milhões registrados um ano antes. Minério de ferro e carne de frango foram os principais produtos exportados. Fertilizantes e derivados de petróleo lideraram entre as importações.
Minério de ferro, contudo, foi responsável por mais de US$ 954 milhões das exportações brasileiras a Omã no ano ado porque a mineradora Vale exporta minério do Brasil para sua unidade de processamento em Omã, de onde reexporta para a Ásia e Oriente Médio. O país tem diversas zonas industriais, como a que a Vale atua, no porto de Sohar, e tem o interesse em atrair mais companhias brasileiras para estas unidades, que oferecem vantagens logísticas em razão da localização geográfica de Omã.
“Há o objetivo de levar mais empresas brasileira para diversas zonas francas de Omã, pensando não só no mercado doméstico, mas também na reexportação para países da costa Leste da África e para o mercado asiático”, afirmou Mourad à ANBA.
Ele e Solimeo também se reuniram com executivos da Asyad, empresa que atua no setor logístico e tem, em seu portfólio, três portos de águas profundas, um porto seco, duas zonas francas, uma zona econômica e um estaleiro em seu portfólio. A empresa avalia a criação de uma linha direta de transporte de contêineres entre Omã e o Brasil.
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