São Paulo – Estudantes do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) foram recebidos nesta sexta-feira (4) na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, na capital paulista, para aprofundar o conhecimento sobre os países árabes. Cerca de 30 alunos da graduação em Relações Internacionais e em istração e estudantes da formação complementar em Gestão Internacional acompanharam palestras e puderam tirar suas dúvidas sobre a vida econômica da região e o trabalho da Câmara Árabe.
Eles ouviram sobre a diversidade do mundo árabe, com os diferentes níveis de renda e características econômicas dos países, os laços imigratórios do Brasil especialmente com Síria e Líbano, os pontos em comum das nações como a maioria muçulmana, o idioma árabe e a representatividade na Liga Árabe, a influência árabe entre os brasileiros que vai da língua até a arquitetura, entre outros aspectos.
“É importante para a gente que vocês venham e conheçam esse mundo diverso, saindo um pouco do estereótipo que vemos na imprensa sobre os países árabes”, afirmou para o grupo de jovens a vice-presidente de Marketing da Câmara Árabe, a historiadora Silvia Antibas, que abriu o encontro dando um panorama geral sobre a região aos estudantes, com as informações citadas acima.
Eles também foram apresentados aos números do comércio e ao relacionamento econômico do Brasil com os países árabes em panorama dado pela analista de Relações Institucionais da Câmara Árabe, Elaine Silva Prates. A analista disse que o mundo árabe é grande produtor de petróleo e fertilizantes, esses últimos elementos essenciais para a agricultura brasileira, e falou dos esforços da região pela diversificação econômica. Entre as áreas foco desse esforço está o turismo.
Segundo a analista, hoje os principais fornecedores internacionais do mundo árabe são China, Estados Unidos, Índia, Turquia e Alemanha, e os maiores compradores de produtos da região são China, Índia, Coreia do Norte, Estados Unidos e Itália. O Brasil, no entanto, também tem papel relevante nas trocas comerciais da região com o mundo e é o primeiro fornecedor dos árabes em uma gama de produtos, que inclui gado, proteína halal (carne bovina e de frango), milho, soja em grãos, amendoim, açúcar, suco de laranja congelado, entre outros.
Câmara Árabe
Os alunos conheceram ainda o papel da Câmara Árabe no relacionamento do Brasil com a região. Fundada em 1952 para conectar brasileiros e árabes, a instituição desenvolve atividades em várias frentes para cumprir sua missão, especialmente na área econômica, mas também na cultural, por meio das suas operações no Brasil e no exterior. Além da sede em São Paulo, a Câmara Árabe tem escritórios em Itajaí (Santa Catarina), em Brasília (Distrito Federal), em Dubai (Emirados Árabes Unidos) e no Cairo (Egito).
O vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral da Câmara Árabe, Mohamad Mourad, também falou aos alunos e contou dos diferenciais da instituição. Um deles é multilateralidade, já que a entidade trabalha com 22 países árabes e não apenas uma relação bilateral. O outro é o fato de atuar não apenas pela exportação brasileira, mas também pelas vendas dos árabes ao Brasil. O terceiro diferencial é que ela é levada adiante e liderada por membros da comunidade árabe no Brasil.
Mourad lembrou que tanto as exportações brasileiras aos árabes como as importações de produtos árabes pelo Brasil são bem restritas a commodities, nas quais não é agregado valor. “Qual é o grande desafio dessa Câmara aqui? É nós continuarmos com o que nos temos, aumentando as exportações nos dois sentidos, e trabalhar na pauta de diversificação e agregação de valor”, disse ele.
Os graduandos do IMT estiveram na Câmara Árabe acompanhados pelo coordenador do curso de Relações Internacionais, Rodrigo Gallo. Além de ouvir apresentações e tirar dúvidas no Auditório Wallid Yazigi da entidade, os estudantes conheceram as instalações da Câmara Árabe, que ficam na avenida Paulista.