São Paulo – O Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa) informou neste domingo (18) pela noite que todas as medidas previstas no Plano de Contingência da gripe aviária estão sendo realizadas com eficiência. O País confirmou, na última semana, um foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em granja matrizeira de aves comerciais na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul. As exportações de carne de frango do estado foram suspensas pelo governo brasileiro sem prazo para o restabelecimento.
O ministério, as empresas do setor e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) já vinham adotando medidas preventivas para a gripe aviária, que vem surgindo em vários outros países produtores de frango desde 2006, e rapidamente se mobilizaram para deter a doença diante do foco encontrado. Foi a primeira vez que a IAAP foi confirmada em granja comercial no Brasil. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informou que o Brasil foi o último dos grandes produtores de frango a registrar a contaminação.
O ministério informou que no foco em Montenegro foi declarada emergência em raio de dez quilômetros, com vistorias aceleradas nas propriedades nessa área. No estabelecimento onde a doença foi encontrada já ocorreu o descarte de todas as aves e ovos e neste domingo já estava sendo realizada a limpeza e desinfecção das instalações. Também estão sendo instaladas barreiras de bloqueio de trânsito de animais na região. Ovos provenientes da propriedade foram rastreados e estão sendo destruídos.
“De toda forma, ressaltamos que não há comprovação de que tais ovos estejam contaminados com vírus da gripe aviária e que todas as medidas necessárias para proteção da avicultura nacional estão sendo adotadas, reforçando o compromisso do Mapa com a sociedade e com o setor produtivo”, disse o ministério.
Também foi confirmada, na última semana, a presença da IAAP em cisnes e patos de um zoológico no Rio Grande do Sul. No raio de três quilômetros da propriedade foco apenas uma investigação de suspeita foi aberta, em propriedade de subsistência. Há investigação em curso em propriedade no Tocantins, mas análise preliminar das amostra revelou a presença de Influenza A, com baixa probabilidade de ser de alta patogenicidade. O Mapa esclarece que investigações de suspeitas são rotina na Defesa Agropecuária.
O ministério também reiterou que a influenza aviária de alta patogenicidade não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos. “A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, informou o Mapa.
Produtores
A ABPA e a Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) informaram que estão apoiando o Mapa e a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e ressaltam a total transparência dos dois em relação à identificação, comunicação e contenção da situação, que é pontual. “Todas as medidas necessárias para o contingenciamento da situação foram rapidamente adotadas, e a situação está sob controle e monitoramento dos órgãos governamentais”, informaram elas.
Exportações
O ministério reafirmou seu compromisso de transparência e de responsabilidade com a qualidade e sanidade dos produtos exportados pelo Brasil e disse que as restrições de exportação seguirão fielmente aos acordos sanitários realizados com os parceiros comerciais. Alguns países têm acordos com o Brasil para suspensão das importações do País todo diante de um caso como esse, outros apenas da região ou do estado afetado, o que é chamada de regionalização para IAAP. Nações árabes como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos têm aprovada a regionalização nesse comércio com o Brasil.