Cairo – O Conselho de istração da União das Câmaras Árabes, em sua reunião realizada em Manama, capital do Bahrein, nesta semana, destacou o papel desempenhado pelo setor privado árabe no desenvolvimento e avanço das economias da região. Os temas relativos a pagamentos digitais, segurança alimentar e logística lideraram as recomendações do encontro.
O secretário-geral da União das Câmaras Árabes, Khaled Hanafy, disse que o tamanho da contribuição do setor privado árabe na geração de empregos é de cerca de 75% do total de vagas. Ele afirmou também que o setor é responsável pelo mesmo percentual do Produto Interno Bruto (PIB) dos países árabes.
As reuniões da União das Câmaras Árabes resultaram em uma série de recomendações intituladas “Declaração do Bahrein para o Setor Privado Árabe“. Os presidentes dos Conselhos de istração das Câmaras Árabes participaram da elaboração com o objetivo de submetê-la aos líderes dos seus países por ocasião da Cúpula de Desenvolvimento Econômico e Social, programada para ser realizada em Nouakchott, capital da Mauritânia.
A Declaração do Bahrein destacou a necessidade de redobrar os esforços para atingir a integração econômica e social árabe, uma vez que ela se constitui em um pilar fundamental para promover o avanço conjunto e para alcançar o desenvolvimento econômico e social dos países. Dessa forma, as nações da região se tornarão mais capazes de se integrar à economia global, com mais flexibilidade para lidar com os desafios internacionais.
A Declaração do Bahrein enfatizou a importância de melhorar as condições sociais dando e às redes de segurança social nos países, através de fundações nacionais e árabes conjuntas, para enfrentar as repercussões das crises econômicas globais e para promover as quatro liberdades que reforçam a integração econômica árabe: de circulação de indivíduos (através da concessão de múltiplos vistos de longa duração a empresários), de circulação de capital e facilidade de transferências, de circulação de bens (através da remoção de barreiras não-alfandegárias, uniformizando especificações e padrões e unificando procedimentos de registro) e de livre circulação de serviços (através da aceleração da aprovação do Acordo para a Liberalização Comercial e de Serviços).
A Declaração recomendou ainda o desenvolvimento de uma estratégia árabe para a transformação digital e para a economia circular e participativa, com base na Quarta Revolução Industrial. O objetivo dessa estratégia é desenvolver a infraestrutura digital legislativa e tecnológica, implementar projetos de interconectividade energética entre países árabes, desenvolver uma estratégia árabe conjunta para as energias renováveis, superar os obstáculos enfrentados pelo setor dos transportes, desenvolver o transporte terrestre rodoviário, ferroviário e marítimo e realizar a interligação das redes de transporte terrestre, marítimo e aéreo entre os países árabes, uma vez que essas redes são artérias essenciais para a circulação do comércio, turismo, investimento e emprego na região árabe.
Os membros do Conselho de istração da União das Câmaras Árabes chamaram atenção para a necessidade de canalizar investimentos públicos e privados na modernização de portos árabes estratégicos, ligando-os a uma rede de linhas marítimas que os conecte aos países árabes e a todo o mundo. Enfatizaram também a importância de se concentrar investimentos na construção de zonas logísticas conectadas a complexos de produção industrial e agrícola que produzam valor agregado, com o e de uma bolsa de mercadorias árabe.
A Declaração do Bahrein destacou também a necessidade de coordenar as energias de instituições com atuação árabe conjunta, dos governos árabes e do setor privado, com a finalidade de proteger a segurança alimentar e hídrica árabe. Enfatizou a necessidade do aumento da flexibilidade do setor agrícola, da racionalização do consumo de água, da adoção de modernas tecnologias agrícolas e da agricultura inteligente, além do desenvolvimento de zonas logísticas focadas no comércio e em investimentos no setor de alimentos.
Declaração enfatizou igualmente a necessidade do desenvolvimento de uma estratégia realista e gradual, pautada em um cronograma, para realizar a integração econômica da região, começando pelo estabelecimento de uma grande área árabe de livre comércio, seguindo-se para a etapa da união aduaneira, até alcançar um mercado comum.
Tradução do árabe de Georgette Merkhan