São Paulo – Começou como uma brincadeira. A mãe, Luciana Yazigi, de tanto ouvir elogios para as torradas de pão sírio com zátar que elas fazem para receber amigos, falou para a filha, Camila: a gente deveria vender essa torrada! A filha levou a sério. Afinal, como snack – seja um petisco para lanchar, servir em festas ou acompanhar refeições -, elas funcionariam muito bem. E o que começou como uma operação caseira acabou ganhando proporções de um negócio.
“Primeiro testamos novos sabores que ainda não existiam e outras questões técnicas, como a validade”, conta Luciana. Enquanto a parte culinária era azeitada (e bem azeitada – as torradas da Z Bites levam azeite extravirgem), Camila cuidava da identidade visual e dos canais de vendas: uma página no Instagram e um número pelo WhatsApp. Em pouco tempo, estava pronta a operação da pequena empresa, que rapidamente saiu do círculo de amigos e conhecidos para alcançar novos públicos.
Com o interesse de pontos de venda físicos, como empórios e alguns mercados, a demanda começou a crescer e precisou sair da cozinha das Yazigi para um lugar mais profissional. “Abrimos uma empresa formal, alugamos uma sede e agora estamos em fase de expansão para novos lugares. Queremos chegar em hotéis fazenda no interior de São Paulo e outros lugares que combinam com o nosso produto”, conta Luciana.
Os snacks são feitos com produtos de primeira qualidade, incluindo zátar importado, e são mais finos que as torradas tradicionais de pão sírio – o que, segundo sua criadora, dá um pouco mais de trabalho para fazer. Por tudo isso, o valor é um pouco mais alto que as torradas tradicionais. “Mas os nossos clientes não reclamam do preço”, garante a sócia da Z Bites.
As torradas são vendidas em pacotes de 100g ou em um pote de 150g, que pode ser reutilizado depois. Os preços variam conforme o sabor. Além da feita com zátar, com a qual tudo começou, os outros sabores são: pizza, alecrim, lemon pepper, parmesão e a tradicional.
Tradições em torno da mesa
Pão sírio com zátar é um clássico da culinária árabe. Na casa das Yazigi, tem comida árabe duas vezes por semana. Às terças-feiras, toda a família estendida, em torno de vinte pessoas, aparece na casa da Luciana e da Camila para almoçar.
“Gostamos de comer e de estar em torno da mesa, faz parte da tradição familiar, e de famílias árabes em geral. É toda uma cultura que gira em torno do comer”, destaca Luciana, que agora se divide entre a nova empreitada e a construtora da qual é sócia, ao lado da irmã, Claudia Yazigi Haddad – em um negócio criado pelo pai, Walid Yazigi, há 60 anos. Já Camila se divide entre a Z Bites e o emprego de coordenadora de Marketing.
Luciana é neta de sírio por parte de pai e de libaneses por parte de mãe. Há poucos anos, esteve no Líbano, no pequeno vilarejo da família, para conhecer a terra de onde eles saíram. Além de Camila, ela tem mais duas filhas, mas estas não estão envolvidas no novo negócio familiar para além de comer os quitutes e torcer pela empreitada.
Para o futuro da Z Bites, a perspectiva é otimista. “Estamos nos estruturando bem, as projeções são boas, os s são positivos, há muitas compras recorrentes. Acho que já deu certo”, celebra.
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Reportagem de Débora Rubin, em colaboração com a ANBA