São Paulo – O embaixador da Tunísia em Brasília, Nabil Lakhal, afirmou nesta segunda-feira (12), em São Paulo, que o país aposta no aumento dos negócios com o Brasil no médio e longo prazos. Deverá incrementar o corpo diplomático na missão brasileira para estabelecer mais relações com o País, além dos investimentos em feiras no Brasil, a exemplo da Apas Show, do setor varejista, que começou nesta segunda-feira (12), na Expo Center Norte, na cidade de São Paulo.
Oito empresas da Tunísia participam da Apas em um dos dois estandes organizados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira na mostra, que também conta com empresas do Egito e dos Emirados Árabes Unidos. No ano ado, observou Lakhal, seis empresas tunisianas estiveram na mostra. “Nosso objetivo é que os brasileiros apostem no azeite da Tunísia. Para isso, vamos organizar uma sessão de degustação na Câmara Árabe, que será uma oportunidade para que se conheça mais o azeite da Tunísia e, também, as tâmaras”, afirmou, sobre uma ação conjunta à Apas para promover os produtos tunisianos que será realizada para convidados em São Paulo.
“Para a Tunísia, o Brasil é um país muito importante porque a política da Tunísia é de buscar parceiros. Temos uma grande relação com a União Europeia, mas queremos diversificar os parceiros e o Brasil é um dos mais importantes”, afirmou o diplomata à ANBA. “O azeite tunisiano já é vendido em muitos estabelecimentos comerciais e hoje somos o primeiro exportador de tâmaras para o Brasil”, afirmou. Ele disse que de 2023 para 2024, as vendas de azeite da Tunísia ao Brasil dobraram.
“O Brasil é um país com muitas potencialidades. Queremos fazer trocas. Brasil para mim é porta para entrar na América Latina. Por esta razão, abrimos escritório comercial em São Paulo, uma cidade que tem uma economia muito forte. Para nós, é escolha estratégica. E temos boa relação com o Brasil, que é um país sério”, disse.
O embaixador lembrou que uma missão empresarial brasileira visitará a Tunísia no próximo mês, assim como Argélia e Marrocos, outras duas nações árabes do Norte da África. Ele disse que a Tunísia e o Mercosul – união aduaneira formada por Brasil, Argentina, Bolívia, Uruguai e Paraguai – já começaram a discutir um acordo. No entanto, a negociação deverá ser longa. Uma opção seria, no curto prazo, negociar um acordo parcial com o Brasil para produtos específicos importantes para os dois países. Azeite, por exemplo, já conta com isenção de impostos no Brasil.
Além de ter o mais amplo ao mercado brasileiro e latino-americano, disse o diplomata, a Tunísia também pode oferecer um grande mercado consumidor, pois pode ser a porta de entrada dos produtos brasileiros para o mundo árabe, a África e a própria União Europeia, com a qual o país árabe já tem acordos de promoção do comércio.
Uma parte importante do incremento comercial, de pessoas e investimentos, observou o embaixador, a pela criação de rotas aéreas diretas entre os dois países, o que ainda não existe. Lakhal afirmou que existe o interesse de se operar um voo entre a Tunísia e o Brasil, mas, para isso, é preciso que uma demanda de ageiros justifique este investimento. Parte dessa estratégia começou a ser desenhada em abril, lembrou o embaixador, com a primeira participação da autoridade de turismo da Tunísia em uma feira do setor realizada no Brasil.
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